INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS
EM NOSSAS VIDAS
Paulo da Silva Neto
Sobrinho
Em
O Livro
dos Espíritos,
Kardec pergunta aos Espíritos:
459.
“Influem os espíritos em nossos pensamentos e em nossos
atos?”
“Muito
mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles
que vos dirigem”.
Coloca
ainda o Codificador:
“Essa
influência é permanente e os que não se preocupam com os Espíritos, ou
nem mesmo creem na sua existência, estão expostos a ela como os outros, e
até mais do que os outros, por não disporem de meios de
defesa”
(LM, item 244).
“Seria
errado pensar que é necessário ser médium para atrair os seres do mundo
invisível. Eles povoam o espaço, estão constantemente ao nosso redor,
nos acompanham, nos veem e observam, intrometem-se nas nossas reuniões,
procuram-nos ou evitam-nos, conforme os atrairmos ou
repelirmos”
(LM item 232).
Assim,
todos nós, de uma maneira ou de outra, estamos sujeitos à influência dos
Espíritos desencarnados.
Classificação:
INFLUÊNCIA
ESPIRITUAL
(pelos
efeitos)
Influência
Espiritual
Positiva
Influência Espiritual Negativa
·
Influência
Espiritual Positiva: Espíritos
superiores: os bons e os propensos ao bem.
·
Influência
Espiritual Negativa: Espíritos
inferiores: os malfazejos e ignorantes do bem.
INFLUÊNCIA
ESPIRITUAL POSITIVA
Podemos
colocar nessa categoria todas as influências de Espíritos bons, dos
propensos ao bem e daqueles que querem, de alguma sorte, nos ajudar em nosso
progresso espiritual. Como exemplo, podemos citar o nosso anjo da
guarda, cuja missão é amparar-nos em nossa jornada
evolutiva.
INFLUÊNCIA
ESPIRITUAL NEGATIVA
Classificação:
Influência
Espiritual Negativa
Natural
Obsessão
Natural:
Espíritos ignorantes de sua situação no mundo espiritual agindo sobre
o encarnado sem intenção de prejudicá-lo.
Obsessão:
Espíritos inferiores atuando deliberadamente sobre outro Espírito -
encarnado ou não - querendo prejudicá-lo de alguma forma.
NATURAL
Muitos
Espíritos, por ainda não estarem plenamente conscientes de sua situação
no mundo espiritual, inclusive, alguns ainda julgando estarem vivos,
acabam influenciando os encarnados mesmo sem terem algum interesse
específico em prejudicá-los; ao se aproximarem dos que se encontram presos à
matéria sentem um certo alívio, como se dividissem com eles suas dores e
sofrimentos.
Acreditamos
que alguns lugares especiais favorecem esse tipo de sintonia, como
aqueles nos quais ocorrem mortes ou nos que há ou lidam com pessoas mortas,
tais como: hospitais, funerárias, velórios, cemitérios,
etc.
OBSESSÃO
Definição:
Pululam
em torno da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral
de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante
dos flagelos com que a Humanidade se vê abraços neste mundo. A obsessão
que é um dos efeitos de semelhante ação, como as
enfermidades e todas as atribulações da
vida, deve, pois, ser considerada como provação ou
expiação e aceita com esse caráter.
Chama-se
obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um
indivíduo.
Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência
moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do
organismo e das faculdades mentais. [...].
(KARDEC, A Gênese, p. 347).
(Houaiss:
pulular: existir, ser ou concorrer em grande número; abundar,
sobejar, fervilhar, formigar)
“A
obsessão é uma espécie de enfermidade de ordem psíquica e emocional,
que consiste num constrangimento das atividades de um Espírito pela ação de
um outro”.
“A
influência maléfica de um Espírito obsessor pode afetar a vida mental
de uma pessoa, alterando suas emoções e raciocínios, chegando até mesmo
a atingir seu corpo físico”.
“A
influência espiritual só é qualificada como obsessão quando se observa
uma perturbação constante. Se a influência verificada é apenas
esporádica, ela não se caracterizará como uma obsessão. Somente os Espíritos
maus e imperfeitos provocam obsessões, interferindo na vontade do indivíduo,
fazendo com que ele tenha ações contrárias ao seu desejo
natural”.
Na
visão do espírito Manuel Philomeno de Miranda:
“A
obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de
longo curso, exigindo terapia especializada, de segura aplicação e de
resultados que não se fazem sentir apressadamente.”
(Divaldo Pereira Franco – Nos Bastidores da
Obsessão).
Sabemos
ser de longa data esse fenômeno de influência espiritual negativa, até mesmo
na Bíblia vamos encontrar o seu registro. Vejamos por
exemplo:
Mc
5,1-10: “Chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. Quando
desembarcou um homem possesso de um espírito impuro, saindo dos sepulcros,
logo foi ao seu encontro. Ele morava nos sepulcros e ninguém conseguia
mantê-lo preso, nem mesmo com correntes, pois muitas vezes lhe haviam
algemado os pés e as mãos e ele, arrebentava as correntes, quebrando as
algemas, e ninguém o dominava. Passava o tempo inteiro nos sepulcros e sobre
os montes, gritando e ferindo-se com pedras. Quando viu Jesus de longe,
correu e prostrou-se diante dele, e gritou com voz forte: ‘Que é que tens tu
comigo Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Em nome de Deus não me atormentes!’ É
que Jesus lhe tinha dito: ‘Espírito impuro, sai deste homem!’ Depois, ele
lhe perguntou: ‘Qual é o teu nome?’ Respondeu-lhe: ‘Meu nome é legião,
porque somos muitos’. Suplicava-lhe então, com insistência, que não o
expulsasse daquela região”.
No
Novo Testamento o termo demônio tem o significado de espírito impuro;
vejamos:
É
algo que, também, podemos encontrar em nosso dia a dia; citamos, como
exemplo, um fato narrado num artigo publicado em agosto de 1995, pelo jornal
Estado de Minas, na coluna “Um dia no
Mundo”:
FANTASMA
Um
assassino se suicidou em uma prisão do Cairo para escapar do fantasma de sua
vítima, que vinha assombrá-lo todas as noites. Mohammad El Kazaz, 30 anos,
foi condenado a 15 anos de prisão por ter assassinado uma mulher após roubar
seu dinheiro.
Sozinho
em sua cela, confessava aos carcereiros que ouvia a voz de sua vítima,
chamando-o para a morte. Não suportando mais a tortura, improvisou uma corda
com suas roupas e se enforcou nas grades da cela.
Nos
processos de desajustes considerados como provenientes de uma obsessão,
quase sempre vamos encontrar sinais que podem caracterizar o
fenômeno:
-
sonhos ruins,
-
pesadelos frequentes,
-
indução ao vício,
-
mundanismo,
-
instintos de agressividade além do normal,
-
desejo de abandonar a vida social ou familiar,
-
ideia de suicídio,
-
ruídos estranhos à volta do paciente,
-
frequente visão de vultos,
-
impressão de ouvir vozes.
Motivos
que levam um espírito a praticar a obsessão
Kardec,
em O Livro dos Médiuns, relaciona os motivos que acabam por
desencadear uma obsessão:
•
vingança que um Espírito leva a efeito procurando fazer justiça pelas
próprias mãos.
•
desejo de fazer o mal, pois, como sofre, o obsessor deseja estender a
terceiros o seu padecimento, sentindo um certo prazer em humilhar o
obsidiado.
•
sentimento de inveja de vez que o malfeitor não consegue ficar
indiferente à prosperidade de um dado encarnado, então passa a hostilizar a
vítima, valendo-se de um momento de fraqueza desta
última.
•
invigilância do encarnado, que por seus atos, por suas palavras,
sobretudo por seus pensamentos frívolos, como que atrai entidades sofredoras
para gozar satisfações sensoriais menos dignas tal como vinham fazendo
quando na carne. O sensual procura o sensual, depois da morte. O alcoólatra
não perde o seu vício. O bandido permanece bandido.
•
obsessão decorrente da eclosão das faculdades mediúnicas e o médium,
por razões pessoais, se nega a aceitar o fato que se impõe. Não educando o
seu mediunismo, não sabendo como controlá-lo, como canalizá-lo para o bem
comum, acaba, o médium inexperiente, nas malhas das influências negativas de
entidades malfazejas.
•
Obsessão decorrente do mau emprego das faculdades supranormais da
parte daqueles médiuns que, por falta de orientação doutrinária, fazem de
seus recursos medianeiros simples fonte de renda, um meio de vida, ou um
modo qualquer de auferir outros proveitos pessoais na comunidade, com isso
abrindo as portas de seu psiquismo à penetração de entidades trevosas e
infelizes.
Causas
que levam um encarnado a sofrer uma obsessão
“A
obsessão só se instala na mente do paciente quando o obsessor encontra
fraquezas morais que possam ser exploradas. São pontos fracos que,
naturalmente, todos nós temos, pela imperfeição que nos caracteriza. Deste
modo, conclui-se que todos estamos sujeitos à obsessão”.
“Basicamente,
a obsessão tem quatro causas: as morais, as relativas ao passado, as
contaminações e as anímicas”.
a)
As causas morais
As
obsessões de causas morais são aquelas provocadas pela má conduta do
indivíduo na vida cotidiana. Ao andarmos de mal com a vida e com as
pessoas, estaremos sintonizando nossos pensamentos com os Espíritos
inferiores e atraindo-os para perto de nós. Desse intercâmbio de influências
poderá nascer uma obsessão.
Vícios
mundanos,
como o cigarro, a bebida em excesso, o cultivo do orgulho, do egoísmo, da
maledicência, da violência, da avareza, da sensualidade doentia e da luxúria
poderão ligar-nos a entidades espirituais infelizes que, mesmo
desencarnadas, não se desapegaram dos prazeres
materiais.
Esses
Espíritos ligam-se aos "vivos" para satisfazerem seus desejos primitivos,
tratando as pessoas como se fossem a extensão de seus interesses no plano
material.
b)
As causas relativas ao passado
As
obsessões relativas ao passado são aquelas provenientes do processo de
evolução a que todos os Espíritos estão sujeitos. Nas suas experiências
reencarnatórias, por ignorância ou livre arbítrio, uma entidade pode cometer
faltas graves em prejuízo do próximo. Se a desavença entre eles gerar
ódio, o desentendimento poderá perdurar por encarnações a fio,
despontando nos desafetos, brigas, desejos de vingança e perseguição. Casos
assim podem dar origem a processos obsessivos tenazes.
Desencarnados,
malfeitor e vítima continuam a alimentar os sentimentos de rancor de um para
com o outro. Se um encarna,o outro pode persegui-lo, atormentando-o e
vice-versa.
c)
As contaminações
As
contaminações obsessivas geralmente acontecem quando uma pessoa frequenta
ou simplesmente passa por ambientes onde predomina a influência de Espíritos
inferiores. Seitas estranhas, onde o ritualismo e o misticismo se fazem
presentes; terreiros primitivos, onde se pratica a
baixa magia; benzedeiras e mesmo centros
espíritas mal orientados são focos onde
podem aparecer contaminações obsessivas.
Espíritos atrasados, ligados ao lugar onde
a pessoa frequentou ou visitou,
envolvem-se na sua vida mental, prejudicando-a.
Ocorrem também situações em que as irradiações magnéticas vindas desses
ambientes, causam-lhe transtornos fluídicos. A gravidade dos casos estará na
razão direta da sintonia que os Espíritos inferiores estabelecerem com os
pacientes.
d)
Causa anímica ou auto-obsessão
As
obsessões anímicas são causadas por uma influência mórbida residente na
mente do próprio paciente. Por causa de vícios de comportamento, ele
cultiva de forma doentia pensamentos que causam desequilíbrio em sua área
emocional.
Muitas
tendências auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes
ligadas às vidas passadas do enfermo. Angústia, depressão, mania de
perseguição ou carências inexplicadas podem fazer parte de processos
auto-obsessivos.
O
auto-obsediado costuma fechar-se em seus pensamentos negativos e não
encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento
mental atrai Espíritos doentios que, sintonizados na mesma faixa psíquica,
agravam sua doença espiritual.
Qual
é a fórmula infalível para não se sofrer obsessão por parte dos espíritos
maus?
Fácil:
Aproxime-se dos bons.
CARACTERÍSTICAS
DA OBSESSÃO
Em
O Livro
dos Médiuns,
Kardec trata especificamente do tema relacionado-o à questão da
mediunidade onde coloca que a obsessão
é um dos principais escolhos da mediunidade.
Divide a obsessão em:
•
Obsessão simples
•
Fascinação
•
Subjugação
•
Possessão
Obsessão
simples
“Obsessão
simples tem lugar quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se
imiscui, a seu malgrado, nas comunicações que recebe, lhe impede de se
comunicar com outros Espíritos e se substitui àqueles que são
evocados”.
Fascinação
“É
uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do
médium, e que paralisa de alguma forma seu julgamento com respeito às
comunicações”.
Subjugação
“É
uma opressão que paralisa a vontade daquele que a sofre, e o faz agir a seu
malgrado.”...
“A
subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é
solicitado a tomar decisões frequentemente absurdas e comprometedoras, que
por uma espécie de ilusão, crê sensatas; é uma espécie de fascinação. No
segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos materiais e provoca movimentos
involuntários. Ela se traduz no médium escrevente por uma necessidade
incessante de escrever, mesmo nos momentos mais inoportunos.
[…]”.
POSSESSÃO
Kardec
ressalta que “antigamente dava-se o nome de possessão ao império exercido
por maus Espíritos, quando a influência deles ia até à aberração das
faculdades da vítima. A possessão seria, para nós, sinônimo de
subjugação. Por dois motivos deixamos de adotar esse termo: primeiro,
porque implica a crença de seres criados para o mal e perpetuamente votados
ao mal, enquanto que não há senão seres mais ou menos imperfeitos, os quais
todospodem melhorar-se; segundo, porque implica igualmente a ideia de
assenhoreamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de
coabitação, ao passo que o que há é apenas
constrangimento A palavra subjugação exprime
perfeitamente a ideia. Assim, para nós,
não há possessos, no sentido vulgar
do termo, há somente obsidiados, subjugados e
fascinados”.
Porém,
Kardec muda de opinião; na Revista Espírita, dez/1863,
retifica o seu pensamento anterior, após ter uma prova de que há possessão
física, sim. Vejamos o que ele narra:
Um
caso de possessão
Senhorita
Julie
Dissemos
que não havia possessos no sentido vulgar da palavra, mas subjugados;
retornamos sobre esta afirmação muito absoluta, porque nos está demonstrado
agora que pode ali haver possessão verdadeira, quer dizer, substituição,
parcial no entanto, de um Espírito errante ao Espírito
encarnado.
Eis um primeiro fato que é a prova disto, e que apresenta o fenômeno em toda
a sua simplicidade. […].
[...] Ele [o espírito] declara que, querendo conversar
com seu antigo amigo, aproveitou de um momento em que o Espírito da Senhora
A..., a sonâmbula, estava afastado de seu corpo, para se colocar em seu
lugar. […].
P.
Que fez durante esse tempo o Espírito da senhora A...? – R. Estava lá, ao
lado, me olhava e ria de ver-me nesse vestuário. (KARDEC, Revista
Espírita 1863, p. 373-374).
Kardec
volta a essa questão, agora em definitivo, em A Gênese,
capítulo XIV, Os Fluidos, quando, tratando das obsessões,
diz:
47 - Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda
do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este
afinal enlaçado por uma como que teia e constrangido a proceder contra a sua
vontade.
Na
possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui,
por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem
que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se
pode dar pela morte.
A
possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um
Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um
encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só
se pode operar no momento da concepção. (Cap. XI, nº.
18.)
De
posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se seu
próprio fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus
braços, conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade
falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um
desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala e obra; quem o
haja conhecido em vida, reconhece-lhe a linguagem, a voz, os gestos e até a
expressão da fisionomia.
48 - Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na
possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para
causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que
voluntariamente lho empresta, como emprestaria seu fato a outro
encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo,
durante o tempo em que o Espírito encarnado se acha em liberdade, como no
estado de emancipação, conservando-se este último ao lado do seu substituto
para ouvi-lo.
Quando
é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma
moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante
força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem
tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar
exterminá-lo, já por estrangulação, já atirando-o ao fogo ou a outros
lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz
paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a
excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura
furiosa.
(KARDEC, A Gênese)
SITUAÇÕES
OBSESSIVAS
a)
encarnado para encarnado
“Na
obsessão telepática ficam configuradas as ocorrências mais comuns de
influência negativa entre encarnados”.
Por exemplo: uma pessoa que domina a outra, quer pela situação de força,
quer por conhecimento, etc.
b)
encarnado para desencarnado
Normalmente
ocorre quando perdemos algum parente com o qual tivemos elevada estima.
Ficamos a todo o momento “lembrando” dele, sem deixar com que ele, no mundo
espiritual, possa continuar sua vida como espírito
desencarnado.
c)
desencarnado para encarnado
São
os casos mais comuns, onde um Espírito, por motivo de vingança ou por um
outro motivo, persegue de maneira insistente o encarnado, procurando
prejudicá-lo de alguma forma.
d)
desencarnado para desencarnado
O
fato de passarmos para o plano espiritual não nos coloca em situação
diferente da que tínhamos quando vivos, assim, por exemplo, duas pessoas que
mantiveram relações de ódio continuam, no outro plano, alimentando esse
sentimento em verdadeira guerra com o seu inimigo.
e)
auto-obsessão
“O
encarnado pode, assim, ser perseguido por si mesmo, devido às suas próprias
criações mentais”.
Por exemplo: ciúme exagerado, mania de doença, mania de estar sendo
perseguido, remorso por algo que tenha feito no
passado.
f)
Obsessão recíproca
São
situações de perseguição em que dois Espíritos nutrem ódio um pelo outro ou
são escravos das mesmas paixões. Alguns casos podem ser classificados como
verdadeira simbiose, onde um se alimenta dos desequilíbrios do outro. Pode
acontecer entre encarnados e desencarnados.
Tratamento
da obsessão
Kardec: “[...] não há nenhum procedimento material, sobretudo
nenhuma fórmula, nenhuma palavra sacramental que tenha o poder de afastar
os Espíritos obsessores”.
“As
imperfeições morais do obsidiado, frequentemente, são um obstáculo à sua
libertação”.
“Tendo
em vista que todos os dramas obscuros da obsessão decorrem da mente enferma,
é preciso que o obsediado renda-se ao bem, com isso, conseguirá a
modificação do tônus mental do adversário, que se verá arrastado à própria
renovação pelos seus exemplos de compreensão e renúncia, humildade e
fé”.
André Luiz: “toda obsessão tem alicerces na
reciprocidade”.
“A
obsessão, como todas as enfermidades, pode ser curada através de tratamentos
especializados. Para se tratar essa enfermidade espiritual, são necessários
alguns procedimentos terapêuticos”:
1
– Quanto ao encarnado a) Conscientização
Deve-se
conscientizar o paciente da situação de enfermo em que se encontra, para
que, com sua força de vontade, possa ajudar-se na cura. Nenhum tratamento
surtirá efeito se não contar com a vontade de quem precisa
dele.
b)
Reeducação
É
preciso orientar o assistido sobre a necessidade de melhoria de sua conduta
na vida diária. Que se esforce para evitar os vícios mais grosseiros e que
procure controlar suas más tendências. Sem essa mudança de postura e de
visão, dificilmente ficará livre das más influências, que predispõem aos
processos obsessivos. Importante lembrar que os bons exemplos vindos de quem
ministra a instrução é uma das grandes armas na luta contra a
obsessão.
“...
a renovação moral dos pacientes é condição fundamental para a melhoria
efetiva dessa patologia da alma”.
c)
Evangelização
Enfatizar
sempre ao enfermo a necessidade de observar os ensinos morais do Evangelho
de Jesus, roteiro seguro para libertação dos males do Espírito.
Orientar a necessidade da frequência regular à casa espírita, até que sua
enfermidade seja curada ou esteja sob controle. Estimular o hábito da prece,
o mais poderoso auxílio no tratamento de obsedados.
d)
Fluidoterapia
Submeter
o paciente portador da obsessão a um tratamento fluídico-energético, através
do passe espírita. São momentos em que as energias perdidas pela ação da
enfermidade espiritual, poderão ser repostas e o obsediado, ficando livre
dos fluidos malsãos de que estava impregnado, poderá pensar e tomar decisões
com maior liberdade.
e)
Água fluidificada
De
grande importância no reequilíbrio do Ser, considerando que nela são
introduzidos fluidos benéficos que prestarão sua
contribuição.
f)
Reequilíbrio familiar
Sempre
que possível, a equipe responsável pelo tratamento do enfermo deverá
orientar moralmente sua família que, em muitos casos, está envolvida direta
ou indiretamente na problemática obsessiva. Além disso, o apoio e a
compreensão dos familiares no processo de cura desta grave enfermidade
espiritual é fundamental.
g)
Tratamento médico
Nos
casos em que o processo obsessivo apresentar-se com grave comprometimento
psíquico, o paciente deverá receber assistência de um profissional
habilitado, que lhe despenderá os cuidados necessários.
É
importante enfatizar que não podemos interferir nas prescrições médicas,
tampouco suspender medicamentos por conta própria.
2
– Quanto ao desencarnado a) Intercâmbio espiritual
Orientar
moralmente o Espírito obsessor nas reuniões mediúnicas, evocando-o em
médiuns preparados para esta tarefa, aconselhando-o a seguir outro caminho
que não o da vingança, da mentira ou dos prazeres inferiores. Este trabalho
de esclarecimento deve ser feito por pessoas com experiência e conhecimento
da ciência espírita, a fim de atingir os resultados
esperados.
b)
Ascendência moral
Para
se conseguir bons resultados nas tarefas de desobsessão, é preciso que a
equipe de atendimento tenha ascendência moral sobre o Espírito obsessor e
isso só é possível cultivando uma vida moral sadia. O falar sem
exemplificação transforma-se em letra morta. Jesus expulsava os maus
Espíritos apenas com o uso de sua autoridade moral. Disse que poderíamos
fazer o mesmo.
REUNIÕES
MEDIÚNICAS
Objetivo:
esclarecer
os Espíritos de uma forma geral, incluindo os
obsessores.
Plano
físico: Coordenador
da reunião, médiuns de psicofonia, médiuns vibracionais e
orientador(es).
Plano
espiritual: Espírito
mentor da reunião, espíritos que irão realizar os trabalhos e os espíritos
que serão ajudados.
Paulo
da Silva Neto Sobrinho
Mar/2012
Referência
bibliográfica
O
Livro dos Médiuns,
Allan Kardec, IDE, 27ª ed., 1993.
O
Livro dos Médiuns,
Allan Kardec, Lake, 24ª ed., 2006.
O
Livro dos Espíritos,
Allan Kardec, FEB, 90ª ed., 2007.
A Gênese, Allan Kardec, IDE, 4ª ed., 1993.
A
Obsessão e seu Tratamento Espírita,
Celso Martins, Edicel, 4ª ed., 1987.
Sessões
Práticas e Doutrinárias do Espiritismo,
Aurélio A. Valente, FEB, 6ª ed., 1987.
Estudando
a Mediunidade,
Martins
Peralva, FEB, 12ª ed. 1987.
A
Obsessão e suas Máscaras,
Marlene R. S. Nobre, Fé, 5ª ed. 1998.
Estudos
Espíritas do Evangelho,
Therezinha Oliveira, EME, 1ª ed. 1997.
Possessão
Espiritual,
Dra. Edith Fiore, Pensamento, 9ª ed. 1995.
A
Bíblia à Moda da Casa,
Paulo Neto, Rede Visão, 1ª ed. 2002.
Internet:
Vários textos do Grupo Espírita Bezerra de
Menezes