Recebido de George Vespasiano
Há quem
não aprecie a palavra REFORMA no conceito de renovação espiritual necessário a
cada um de nós. No entanto, esta palavra define muito bem o que deveríamos (e
viemos) fazer de nossas vidas:
Vejo a
reforma íntima como quem vê a reforma de uma casa. Ao desejar
uma casa melhor, por vezes mudamos uma parede ou outra de lugar, outras vezes
mudamos os móveis, pintamos de outra cor, mudamos o telhado, trocamos uma porta
ou janela de lugar. Mas quase sempre ela nos lembra como foi. Quando
a casa está em péssimo estado, não raro derrubamos todas as suas paredes e
começamos do zero. Porém, freqüentemente, aproveitamos boa parte das estruturas
da fundação que possuía.
Assim é
a nossa REFORMA ÍNTIMA, a qual nos remete à renovação espiritual. Temos uma
história milenar que nos "construiu" como somos hoje. Instintos que se
transformaram em defeitos, defeitos que se fizeram virtudes… Há em nós paredes
boas, que podemos manter, e outras nem tanto, que devemos derrubar e reconstruir
da forma correta.
NÃO
PODEMOS IGNORAR e
simplesmente apagar quem fomos, nossa história, o que sentimos, pensamos,
aprendemos, vivenciamos, conquistamos em milênios de reencarnações.
Porque
é tão difícil fazer REFORMA ÍNTIMA?
Não é
porque não lembramos do passado. Mas porque NÃO QUEREMOS CONHECÊ-LO. Não
queremos usar de coragem, vontade, usar precioso tempo fazendo uma "nova planta"
para seguir. Precisamos, como arquitetos e engenheiros da própria alma, analisar
o que nos faz mal, nos estagna, nos atrasa, faz sofrer, o que pode ser
melhorado. É preciso, para tanto, ter CORAGEM para quebrar paradigmas, ousadia
para fazer diferente.
Um dos
melhores conceitos que já vi sobre como e porque reformar-se, encontrei em um
livro fora da Doutrina Espírita:
O
MONGE E O EXECUTIVO - uma
história sobre a essência da liderança, de James C. Hunter. Fala-nos
Hunter, sobre a DISCIPLINA que precisamos ter para fazer coisas, conquistar
coisas, sejam materiais, sejam morais. A
disciplina, segundo ele, serve para que, treinando insistentemente e sem
esmorecimento, exercitando o fazer diferente do nosso natural (aquilo que ainda
é idéia e não prática), acabaremos por TORNAR NATURAL o que foi arduamente
disciplinado em nós: habituamo-nos a ser o que devemos ser.
Há,
segundo este material, QUATRO ESTÁGIOS necessários para adquirir novos hábitos
ou habilidades, e estes estágios nos mostram os graus de dificuldade que
vivenciamos para proceder com nossa REFORMA ÍNTIMA. Vejamos:
ESTÁGIO
UM - Inconsciente e Sem Habilidade. É o
estágio ANTES de começar nosso exercício disciplinar. É a etapa inconsciente ou
desinteressada de agir, reflete despreparo para mudar.
ESTÁGIO
DOIS -
Consciente e Sem Habilidade. É o
estágio em que AINDA não desenvolvemos a prática, embora tenhamos adquirido a
consciência de que é preciso adquirir um novo comportamento. É a fase
antinatural de quem tenta, mas ainda não consegue fazer bem o que se propõe.
ESTÁGIO
TRÊS -
Consciente e Habilidoso. É o
estágio em que estamos ADQUIRINDO experiência, exercitamos o novo comportamento
tantas vezes que passamos a fazê-lo de forma mais confortável, a prática se
torna mais fácil e menos antinatural. Pegamos o "jeito da coisa".
ESTÁGIO
QUATRO -
Inconsciente e Habilidoso. É o
estágio AUTOMÁTICO, quando o comportamento tornou-se natural, não precisamos
mais pensar para fazer. É a incorporação do novo comportamento aos hábitos
cotidianos, ou seja, incorporação da conquista à nossa natureza.
É isso
o que Jesus pediu para nós fazermos, em tantas de suas orientações. Achamos
difícil porque queremos caminhos fáceis, mas toda conquista demanda esforço, o
qual demanda vontade.
Enfim,
REFORMA ÍNTIMA é a reconstrução de nosso caráter, tornando-o cristão, divino,
aproveitando as bases que temos. Não é,
em tempo algum, ignorar nosso EU PASSADO, renascendo como um EU NOVO.
Vania
Loir@ Vasconcelos
espiritismosemmelindres.blog.terra.com.br/.../reforma-intima-renovacao-espiritual/