sexta-feira, 27 de abril de 2012

Que homem é este?


QUE HOMEM É ESTE?



        Para escrever sobre este homem, minha incapacidade é tamanha que
lanço mão de palavras e frases lidas e ouvidas aqui ou acolá.

        Tento. Escrevo e apago. Rabisco e risco. Arrisco-me. Nem assim me
é fácil expressar o que gostaria de dizer. Mas se você esteve com ele por alguns minutos, ainda que tenha sido uma única vez, não terá dificuldade em entender o que tanto quero dizer e não consigo.

        Que homem é este que:

        doente, deu saúde a um incontável número de pessoas;

        pobre de bens materiais, consolou numerosos ricos;

        rico de bens espirituais, jamais esqueceu dos pobres;

        sem poder humano, orientou e consolou poderosos;       

        sem dinheiro, enriqueceu o século em que nasceu;

        sem títulos acadêmicos, apenas com o quarto ano primário, foi
co-autor de verdadeira enciclopédia, versando os mais variados temas sobre Ciência, Filosofia e Religião;

        apagando-se, iluminou nossos caminhos.

        De sua boca jamais se ouviu uma palavra de pessimismo, ódio,
condenação ou revolta. Sua vida foi toda dedicada para que “a fé se elevasse, a esperança crescesse, a bondade se expandisse e o amor
triunfasse sobre todas as causas”.  

        Que homem é este que, apesar dos sofrimentos que experimentou em
toda a vida, ainda consegue:

        sorrir além do cansaço;

        servir apesar das doenças;

        sofrer sem reclamar;

        fazer o bem aos que lhe fazem mal;

        orar pelos que o perseguem e caluniam;

        ajudar desinteressadamente;

        conversar com os animais;   

        amar todos os seres;

        publicar quatrocentos e dez livros, com vinte milhões de
exemplares vendidos, sem nunca receber um centavo de direitos autorais.


        Que homem é este que, há muitos anos, capa e assunto das
principais revistas e jornais do país, nunca perdeu a simplicidade?

        Que homem é este que, após alguns anos retido em sua casa por
doenças graves, bastou a simples notícia de que havia voltado a atender para que milhares de pessoas acorressem à cidade onde mora, simplesmente para vê-lo?

        Que homem é este que resistiu oitenta e nove anos de
massacre com a mesma paciência e serenidade dos primeiros seguidores de
Jesus?

        Que nunca se cansa de fazer o bem?

        Nunca perguntei a este homem se ele é feliz, mas deve ser, porque
faz a vontade de Deus.

        Ele tem um jeito manso de falar, um olhar límpido como um céu sem
nuvens, um sorriso franco de quem é autêntico...

        Este homem não consegue mais falar sobre o Cristo sem se emocionar
até as lágrimas.

        Seu nome é Chico, o nosso Chico, um homem feito só de amor.

        Seu nome é Chico, Chico Xavier, a paz que todo mundo quer.



Livro: Momentos Com Chico Xavier

          Adelino da Silveira