sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os três mil dias


"Os três mil dias".
Emmanuel, no livro "Religião dos Espíritos" nos ensina, no capitulo que trata de "Esquecimento e Reencarnação" onde analisa a questão LE 392, que para iniciar uma nova existência, a criatura recebe implementos cerebrais totalmente novos, " no domínio das energias físicas, e para que se lhe adormeça a memória, funciona a hipinose natural como recurso básico". Muitas vezes, dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigo materno. Na melhor das hipóteses, quando desfruta grande atividade mental nas esferas superiores, só é compelida ao sono, relativamente profundo, enquanto perdure a vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros sete anos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo em que se lhes reaviva a experiência terrestre.
Temos, assim, mais ou menos três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de exteriorização do Espírito, as quais, acrescidas às consequências dos fenômenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refúgio uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se alivie a mente na direção de novas conquistas. E, como todo esse tempo é ocupado em prover-se a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria, é compreensível que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que fosse longamente hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente, na situação transformada em que a vida lhe propõe a continuidade do serviço devido à regeneração ou à evolução clara e simples.
E isso, na essência, é o que verdadeiramente acontece, porque, pouco a pouco, o Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do destino, reavendo o patrimônio das realizações e das dívidas que acumulou, a se lhe regravarem no ser, em forma de tendências inatas, e reencontrando as pessoas e as circunstâncias, as simpatias e as aversões, as vantagens e as dificuldades, com as quais se ache afinizado ou comprometido.
Transfigurou-se, então, a ribalta, mas a peça continua.
A moldura social ou doméstica, muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação de aprimorar-se, ante a bênção de Deus, para a luz da imortalidade.
Do cap. 45 do livro Religião dos Espíritos, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.