sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estudo Íntimo


LIVRO DA ESPERANÇA

EMMANUEL/FRANCISCO CANDIDO XAVIER
83- ESTUDO ÍNTIMO

“Ide, porém, e aprendei o que significa: ‘Misericórdia
quero e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar justos mas
os pecadores ao arrependimento.”
Jesus(Mateus, 9: 13)
“Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê­la? Onde,
ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A
mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os
Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as
classes da sociedade ao pobre como ao rico; aos retos para os
fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir.”
(Cap. 24, Item 12)
Na construção espiritual a que fomos trazidos pela bondade do Cristo, surgem momentos ásperos, nos quais temos a impressão de trazer fogo e fel nos escaninhos da alma.
Não mais entraves decorrentes de calúnia e perseguição, mas sim desgosto e inconformidade a se levantarem de nós contra nós insatisfação, arrependimento tardio, auto­piedade...
Em muitas ocasiões, desertamos do bem, quando se fazia imprescindível demonstrá­lo.
Falhamos ou distraímo­nos, no momento preciso de vigiar ou vencer.
E sentimo­nos deprimidos, arrasados...
Mesmo assim, urge não perder tempo com lamentações improfícuas.
Claro que não nos compete descambar na irresponsabilidade. Mera obrigação analisar os nossos atos, examinar a consciência, meditar, discernir...
Entretanto, é forçoso cultivar desassombro e serenidade constantes para retificar­nos sempre, adestrando infatigável paciência até mesmo para conosco, nas provações que nos corrijam ou humilhem, agradecendo­as por lições.
Muitas vezes, perguntamo­nos porque teremos sido convocados à obra do Evangelho se, por enquanto, somos portadores de numerosas fraquezas e moléstias morais, contudo, vale considerar que assim sucede justamente por isso, porquanto Jesus declarou francamente não ter vindo à Terra para reabilitar os sãos. Críticos do inundo indagarão, igualmente, que diferença fazem para nós as teorias de cura espiritual e as diligências pela sublimação íntima, se estamos estropiados da alma, tanto agora quanto ontem.
Podemos, entanto, responder, esperançosos e otimistas, que há muita diferença, de vez que, no passado, éramos doentes insensatos, agravando, inconscientemente, os nossos males, enquanto que hoje conhecemos as nossas enfermidades,
tratando­as com atenção e empenhando­nos, incessantemente, em fugir delas.