LIVRO DA ESPERANÇA
EMMANUEL/FRANCISCO CANDIDO
XAVIER
83- ESTUDO ÍNTIMO
“Ide, porém, e aprendei o que significa: ‘Misericórdia
quero e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar justos mas
os pecadores ao arrependimento.”
Jesus(Mateus, 9: 13)
“Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de
comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendêla? Onde,
ao
demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A
mediunidade
é conferida sem distinção, a fim de que os
Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as
classes da sociedade ao pobre como ao rico; aos retos para os
fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir.”
(Cap. 24, Item 12)
Na
construção espiritual a que fomos trazidos pela bondade
do Cristo, surgem momentos ásperos, nos quais temos a impressão
de trazer fogo e fel nos escaninhos da alma.
Não mais entraves decorrentes de calúnia e perseguição, mas sim desgosto e inconformidade a se levantarem de nós contra nós
insatisfação, arrependimento tardio, autopiedade...
Em muitas ocasiões, desertamos do bem, quando se fazia
imprescindível demonstrálo.
Falhamos ou distraímonos, no momento preciso de vigiar ou vencer.
E sentimonos deprimidos, arrasados...
Mesmo assim, urge não perder tempo com lamentações improfícuas.
Claro
que não nos compete descambar na irresponsabilidade. Mera obrigação
analisar os nossos atos, examinar a consciência, meditar,
discernir...
Entretanto, é forçoso cultivar desassombro e serenidade constantes para retificarnos sempre, adestrando infatigável paciência até mesmo
para conosco, nas provações
que nos corrijam ou humilhem, agradecendoas por lições.
Muitas vezes, perguntamonos porque teremos sido convocados à
obra do Evangelho se, por enquanto, somos portadores de numerosas fraquezas e moléstias morais, contudo, vale considerar que assim
sucede justamente por isso, porquanto Jesus declarou francamente não ter vindo à Terra para reabilitar os sãos.
Críticos do inundo indagarão, igualmente, que diferença fazem para nós as
teorias de cura espiritual e as diligências pela sublimação íntima, se estamos
estropiados da alma, tanto agora quanto ontem.
Podemos, entanto, responder, esperançosos e otimistas,
que há muita diferença, de vez que, no passado, éramos doentes
insensatos, agravando, inconscientemente, os nossos males,
enquanto que hoje conhecemos as nossas enfermidades,
tratandoas com atenção e empenhandonos, incessantemente, em
fugir delas.