Uma psicóloga norte-americana foi
procurada para atender um adolescente, portador de problema singular.
Desde a infância, o garoto trazia uma
fobia com relação ao bater das asas dos pássaros mas, foi na adolescência que o
problema se intensificou e os pais buscaram a ajuda de um profissional.
Quando percebia um pássaro pousando, o
movimento das asas lhe causava crises terríveis culminando em desmaio.
A psicóloga buscou, com todos os
recursos de que dispunha, uma forma de ajudá-lo.
Provocou, por inúmeras vezes, a
regressão de memória até ao útero materno e não conseguia descobrir as origens
do desequilíbrio.
Materialista convicta, a profissional
só admitia uma única existência e buscava a resposta a partir da vida no ventre
materno.
Mas, como os anos rolaram sem que
pudesse resolver a questão, e porque o desafio se tornasse cada vez maior, numa
das sessões de regressão resolveu deixar que o jovem fosse mais além.
Embora não acreditasse na teoria da
preexistência do Espírito, foi nesse universo desconhecido que encontrou a
origem do trauma.
O jovem, então com 21 anos, mergulhou
no seu passado e se viu como soldado, lutando na Segunda Guerra Mundial.
Descrevia seu drama com detalhes.
Estava em meio a uma batalha, juntamente com os demais soldados, quando houve
uma grande explosão e todos foram atingidos.
Ele também fora atingido pelos
estilhaços da bomba mas não morrera de imediato, ficando apenas semiconsciente.
Após baixar a poeira, vieram os
tratores e juntaram os inúmeros corpos em monturos, deixando-os para serem
enterrados em covas coletivas mais tarde.
Nessa ocasião, ele, que estava
agonizante mas não morto, fora arrastado para o monturo com os demais cadáveres,
ficando sobre os demais.
E porque demorassem para soterrar os
corpos, os abutres buscaram neles o seu alimento.
Quando os abutres sentavam sobre seu
corpo, ele percebia o bater das asas e sentia suas carnes sendo dilaceradas com
violência.
Essa cena se repetiu por muitas horas,
até que a morte física se consumasse.
Embora rompidos os laços do corpo
físico, aquele Espírito ficou impregnado das sensações horríveis dos últimos
momentos, a ponto de trazer o desequilíbrio para a nova existência, em forma de
fobia.
Não é preciso dizer que a doutora
materialista rendeu-se aos fatos e mudou seu pensamento a respeito da vida.
* * *
Muitos medos e traumas cujas causas não
estão na presente existência têm suas raízes em um passado mais ou menos
distante, em existências anteriores.
O Espírito recebe um novo corpo em cada
nova existência, mas traz consigo os problemas não resolvidos de outros tempos.
Por esse motivo é importante que
olhemos para as pessoas como Espíritos milenares, mesmo que estejam albergados
temporariamente num corpo infantil.
Percebendo a vida sob esse ponto de
vista, teremos mais e melhores possibilidades de ajudar as criaturas que trazem
dificuldades, começando por nós mesmos.