quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Água da Paz


A ÁGUA DA PAZ
Em torno da mediunidade, improvisam-se, ao redor do Chico, acesas discussões.
É, não é. Viu, não viu.
E o médium sofria, por vezes, longas irritações, a fim de explicar sem ser compreendido.
Por isso, à hora da prece, achava-se quase sempre, desanimado e aflito.
Certa feita, o Espírito de Dona Maria João de Deus compa­receu e aconselhou-lhe:
— Meu filho, para curar essas inquietações você deve usar a Água da Paz.
O Médium, satisfeito, procurou o medicamento em todas as far­mácias de Pedro Leopoldo.
Não o encontrou. Recorreu a Belo Horizonte. Nada.
Ao fim de duas semanas, comunicou à progenitora desencarnada o fracasso da busca.
Dona Maria sorriu e informou:
— Não precisa viajar em semelhante procura.
Você poderá obter o remédio em casa mesmo.
A Água da Paz pode ser a água do pote.
Quando alguém lhe trouxer provocações com a palavra, beba um pouco de água pura e conserve-a na boca.
Não a lance fora, nem a engula. Enquanto perdurar a tentação de responder, guarde a água da paz, banhando a língua.
O Médium baixou, então, os olhos, desapontado.
Compreendera que a mãezinha lhe chamava o espírito à lição da humildade e do silêncio.
Do livro LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER, de Ramiro Gama
-o-
A visita de Casimiro
Depois do conselho de dona Maria João de Deus, com respeito á Água da Paz;
Chico sentiu o braço visitado pela influencia de um novo amigo invisível.
Tomou o lápis e o visitante escreveu para ele em caracteres bem traçados:
Meu amigo se deseja,
Paz crescente e guerra pouca,
Ajuda sem reclamar
E aprende a calar a boca.
Quem seria o comunicante?
Depois de alguns momentos, o amigo espiritual identificou-se, assinando:
Casimiro Cunha
Foi este o primeiro contacto entre o médium e o mavioso Poeta vassourense.
Livro: Lindos Casos de Chico Xavier – Autor: Ramiro Gama
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CHICO E A ÁGUA DA PAZ
‘’Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.”-Jesus. (João, 7:38)
No princípio, o médium, em seu apostolado
De viver o amor em doação fraterna,
Viu-se combatido e muito questionado,
Ficando aturdido e até mesmo magoado,
O que deu ensejo à intervenção materna:
-“Meu filho querido, quando a inquietação
Vier perturbar a tua intimidade,
A água da Paz é a grande solução:
Ela abranda a mente e adoça o coração,
Libertando o ser de toda ansiedade.”
“Se em derredor a discussão perdura,
Trazendo tumulto à cidadela d’alma,
Coloca na boca um pouco de água pura,
Mas, sem engoli-la, mantém-na segura,
Lava nela a língua, que a tensão se acalma.”
É assim que Chico Xavier se faz
Doador feliz da linfa apetecida:
Ao ser envolto em tema que despraz,
Ou fechava a boca – e dava água da Paz,
Ou abria a boca – e dava água da Vida.
Mário Frigéri
(REFORMADOR de abril/2011, pág. 390.